A teoria dos estudos
psicológicos experimentais, consiste, sobretudo, na revisão do processo comunicativo entendido como uma relação mecanicista e imediata de estimulo-resposta.
Persuadir os
destinatários é um objeto possível,
se a forma e a organização da mensagem
forem adequadas aos fatores pessoais
que o destinatário ativa quando interpreta a mensagem.
As mensagens dos meios de
comunicação contem características
particulares do estimulo que interagem
de maneira diferente com os traços
específicos da personalidade dos elementos que constituem o publico.
Causa
(estimulo) à
processos psicológicos à
efeitos (resposta)
Fatores
relativos a audiência
Pressupor uma
correspondência entre a natureza e a quantidade do material apresentado numa campanha informativa e a sua absorção por parte do público, é uma
perspectiva ingênua porque a natureza real e o grau de exposição do público ao
material informativo são, em grande parte, determinados por certas características psicológicas da própria
audiência.
a) Interesse em obter informação
(Wolf, 2001: 31)
Quanto mais expostos a um
determinado assunto, mais o interesse aumenta. A medida que o interesse
aumenta, mais pessoas se interessam em saber mais sobre ele.
b) Exposição seletiva
(idem)
Os
componentes da audiência tendem a se expor a informação que está de acordo com
as suas atitudes e evitar as mensagens que estão em desacordo com as suas
atitudes. Tendem a esquecer outros conteúdo ou modifica-los, assim a
comunicação de massa não altera seu ponto de vista, apenas reforça opiniões
pré-existentes.
c) Percepção seletiva
(Wolf, 2001: 33)
A
assimilação ou campo de aceitação de uma informação ocorre quando a há pouca
diferença entre a fala do emissor e do destinatário, quando o destinatário tem
escasso relacionamento com o assunto e uma atitude positiva com o destinatário.
d) Memorização seletiva
(Wolf, 2001: 35)
A medida que o tempo passa a
memoriazação seleciona os elementos mais significativos para o individuo em
detrimento dos mais distantes. O efeito latente afirma que dentre argumentos
negativos e positivos dentro de uma mensagem, o individuo esquece primeiro os
negativos.
Os
fatores ligados a mensagem
Aquilo que se conhece sobre determinados assuntos influencia claramente as atitudes a eles referentes, assim como
as atitudes em relação a determinados temas influenciam naturalmente, o modo de
estruturar o conhecimento em torno deles e a quantidade e a sistematização da
nova informação que sobre eles se adquire.
a) A credibilidade do comunicador
(Wolf, 2001: 36)
Uma
fonte credível provoca uma mudança de opinião maior do que uma fonte
desconhecida.
b) A ordem da argumentação
(Wolf, 2001: 37)
Quando
a conhecimento sobre o tema prevalecem os efeitos
recency (finais) e quando se desconhece o tema prevalecem os efeitos primacy (iniciais).
c) A integralidade das argumentações
(idem)
Se a pessoa tem opinião
contrária, é melhor apresentar argumentos de ambos os lados. Se a pessoa já
esta convencida, é melhor apresentar apenas os argumentos favoráveis.
Se a pessoa é alto nível
intelectual é melhor apresentar os dois lados, porém se é de baixo nível é
melhor apresentar apenas o lado que quer que ela acredite.
d) A explicação das conclusões (Wolf,
2001: 38)
Quanto maior for o
envolvimento do individuo com o assunto tratado, mas útil será deixar as
conclusões implícitas. No caso de assuntos complexos e para públicos pouco
familiarizados com eles, as conclusões explicitas serão mais persuasivas.
O rótulo ‘efeitos limitados’ não indica apenas
uma diferente avaliação da quantidade de efeitos; indica, igualmente, uma
configuração desses efeitos qualitativamente
diferente.
Se a teoria hipodérmica falava da manipulação
ou propaganda, e se a teoria
psicologica-experimental tratava de persuasão,
esta teoria (pesquisa sociológica)
fala de influencia e não só da que é
exercida pelos mass media, mas da influencia mais geral que perpassa nas relações comunitárias e de que a
influencia das comunicações de massa é
só uma componente, uma parte.
Pesquisas
sobre o consumo no mass media
Existem três processos
diferentes para saber o que um programa significa para o público:
Análise
de conteúdo: o que a audiência extrai do conteúdo
Características
dos ouvintes: são conhecidas as diferenças psicológicas
entre sexo, idades e grupos sociais.
Estudos
sobre as satisfações: o que o programa significa para as pessoas.
O
contexto social e os efeitos dos mass media (Wolf), ou Teoria dos
Relacionamentos Sociais (Defleur)
Os efeitos provocados pelos meios de comunicação de massa dependem das forças sociais que predominam num determinado período. A teoria dos efeitos limitados deixa de salientar a relação causal direta
entre a propaganda de massas e
manipulação da audiência para passar a insistir num processo indireto de influencia em que as dinâmicas sociais se
intersectam com os processos comunicativos.
Os lideres de opinião constituem o setor da população mais ativo na
participação do processo de formação de atitudes.
Two-step flow of communication (Paul
Lazarsfeld)
É dentro das relações
sociais que a tendência para gerar atitudes partilhadas pelos outros
componentes do grupo vem realçar a existência dos lideres de opinião e a sua função
de mediadores entre os meios de
comunicação e os indivíduos
menos interessados.
O fluxo da comunicação a
dois níveis (Two-step flow of communication) é determinado pela mediação que os
lideres exercem entre a mídia e os outros indivíduos do grupo.
Mais que os lideres de
opinião e o fluxo em duas vias, os efeitos dos mass media só podem ser
compreendidos a partir da analise das
interações entre os destinatários: os efeitos dos mass media são parte de
um processo mais complexo de influencia pessoal.
Inversão
a Teoria Hipodérmica
Não só a avaliação da
consistência dos efeitos é diferente, como é oposta. Diferente da lógica
estimulo-resposta, agora baseia-se e faz parte de influencia pessoal em que a personalidade do destinatário se configura
também a partir dos seus grupos de referencia (familiares, amigos,
profissionais, religiosos).
Bibliografia Básica:
MELVIN,
L. Defleur; SANDRA, Ball-Rokeach. Teorias
da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1993.
MATTELART,Armand &
MATTELART, Michèle. História das teorias
da comunicação. São Paulo: Loyola,1999.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Presença, 2001.
Bibliografia de Referência:
LIMA, Venício A. de. Mídia: Teoria e Política. São Paulo:
Editora Perseu Abramo, 2001.
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