A Comunicação como Linguagem
O modelo semiótico-informacional
de Wolf
O modelo semiótico-informacional
ou da linguagem em relação ao modelo da informação, tem sua principal diferença
ao funcionamento de fatores semânticos (estudo das significações das palavras),
introduzidos mediante o conceito de código, vinculados a linearidade da
transmissão.
Modelo da Informação X
Modelo Linguagem
Passa-se da comunicação
como transferência de informação para transformação através do código. O código
nesta teoria adquire então novo relevo teórico, e torna-se objeto de pesquisa
empírica.
Então, se na teoria da
informação era analisada a otimização da transmissão da mensagem, na teoria da
linguagem salienta-se o mecanismo de reconhecimento e de atribuição de sentido,
que é parte essencial desta relação.
Sistemas de
significação ou Semiótica
Msg enviada à significado veiculado à Msg
recebida (como significado)
Entre a mensagem que
veicula um significado e a mensagem recebida como significado abre-se um espaço
complexo e articulado.
Fatores de mediação
Do ponto de vista
semiótico, o grau em que o destinador e o destinatário partilham as
competências relativas aos vários níveis, que criam a significação da mensagem;
do ponto de vista sociológico, é nesse espaço que ganham forma as variáveis
ligadas aos fatores de mediação entre individuo e comunicação de massa (rede de
pequenos grupos, fluxo a dois níveis, funções de liderança de opinião, hábitos
de modelos de consumo do mass media).
Descodificação
aberrante
As correlações
existentes entre as duas ordens de motivos, delimitam as possibilidades da
chama ‘descodificação aberrante’, que se verifica quando destinatários fazem
uma interpretação das mensagens diferente das intenções do emissor e do modo
como ele previa que a descodificação seria executada.
Modelo
semiótico-informacional X modelo psicológico-experimental ou da Persuasão
Contrariamente ao
modelo psicológico-experimental que evidenciava todos os obstáculos que se
opunham a uma comunicação linear, capaz de obter os efeitos pretendidos pelo
emissor (Fatores relativos a audiência: interesse em
obter informação, exposição seletiva, percepção seletiva e a memorização
seletiva. Os fatores ligados a mensagem: credibilidade do comunicador, ordem da
argumentação, integralidade das argumentações e a explicação das conclusões), o
modelo semiótico-informacional coloca como elemento constitutivo da
comunicação, o seu caráter de processo negocial para cuja determinação
concorrem diversas ordens de fatores.
A articulação dos
códigos
Entre emissores e
receptores pode haver ausência total de código, disparidade de código,
hipercodificação ou hipocodificação, interferências, ilegitimação do emissor.
Por outro lado, o
conjunto de condições sociais em que essa comunicação se efetua, podem
configurar uma situação onde a compreensão é problemática, ou seja, não
identificável a priori com as intenções do emissor.
Ao contrario da teoria
critica (Mercadoria), confirma-se a impossibilidade de interferir de uma forma
direta e linear (efeitos de sentido) a partir da produção.
Restrições da teoria
Esta teoria não se
relaciona com os efeitos, falta a passagem do estudo da compreensão e da
descodificação da mensagem para a elaboração sobre os efeitos sociais dos mass
media. O modelo semiótico-informacional confina-se aos estudos no âmbito da
analise das mensagens, dos seus códigos, da estrutura comunicativa.
O modelo
semiótico-textual
O paradigma
semiótico-informacional trabalhando a relação codificação-descodificação
explicitava um modelo comum à comunicação interpessoal, e à comunicação de
massa. O modelo semiótico-textual descreve em termos semióticos algumas
características estruturais especificas da comunicação de massa.
Diferença entre os
modelos semiótico-informacional e textual
Neste modelo há uma
consideração mais profunda sobre os papeis do emissor e do receptor, pois na
troca comunicativa, não são já as mensagens que são veiculadas, o que
pressuporia uma paridade entre emissor e receptor como no modelo
semiótico-informacional, é a relação comunicativa que se constrói em torno de
conjuntos de praticas textuais.
Não se trata apenas de
uma diferença terminológica, mas de uma mudança conceitual sobre a assimetria
dos papeis entre emissor e receptor. O que caracteriza historicamente a organização
das comunicações de massa deriva da diferente qualidade das competências
comunicativas entre emissores e receptores (saber-fazer X fazer-reconhecer) e a
articulação diferenciada dos critérios de pertinência e de significação dos
textos dos mass media.
O caráter textualizado
da comunicação de massa
O caráter textualizado
da comunicação de massa tem consequências profundas sobre as modalidades de
consumo do mass media: é provável que a competência interpretativa dos
destinatários, mais do que códigos apreendidos, se funde e articule, em
conjuntos de textos já consumidos. Para os emissores é provável que funcione
uma competência textual orientada para o valor, para receitas de sucesso,
formulas confirmadas.
Na comunicação de
massa, a orientação para o texto já consumido ou já produzido, é um critério
comunicativo forte que conduz os destinatários, a uma competência
interpretativa em que a referencia aos precedentes apresentem elevada
viscosidade.
Receita de bolo
Por outras palavras,
esse modelo permite que se individualize o modo como um dado estrutural dos
aparelhos se transforma num mecanismo comunicativo e o modo como, através dessa
mediação, incide sobre os processos de interpretação, de aquisição de conhecimento
e, finalmente, sobre os efeitos dos mass media.
O papel do destinatário
A semiótica e a analise
do discurso estudaram a dinâmica entre destinador e destinatário, ligada a
estrutura textual, mostrando como esta estrutura contempla os percursos
interpretativos que o receptor tem que atualizar. Na relação comunicativa dos
mass media, esse aspecto assume um particular relevo, ou seja, esta pratica é
institucionalizada.
O emissor antecipa a
compreensão do receptor. Escolhe a forma da mensagem que seja aceitável para o
destinatário. Assim a codificação fica influenciada pelas condições de
descodificação. Emissor e receptor tem uma imagem construída um do outro, que
eles mesmos constroem, modificam e atribuem importância, tendendo a cair nos
estereótipos, o destinador com um estereotipo do publico e o destinatário com
imagens estereotipadas daquilo que se deve esperar dos mass media.
Bibliografia
Básica:
MELVIN, L. Defleur; SANDRA,
Ball-Rokeach. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
1993.
MATTELART,Armand
& MATTELART, Michèle. História das teorias da comunicação. São Paulo:
Loyola,1999.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa:
Presença, 2001.
Bibliografia
de Referência:
LIMA,
Venício A. de. Mídia: Teoria e Política. São Paulo: Editora Perseu Abramo,
2001.
Outras informações interessantes estão disponíveis no blog da Egency
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