A comunicação como Diálogo
Desenvolvido por Paulo Freire, o modelo de comunicação
como diálogo ocupa um lugar importante nas teorias
da comunicação com as tecnologias interativas, produto da revolução digital.
Se até recentemente esse
modelo parecia inadequado para qualquer tipo de aplicação na comunicação de
massa, unidirecional e centralizada, hoje
as novas mídias abrem possibilidades para um processo dialógico mediado pela tecnologia.
Defleur
denomina essas novas possibilidades de comunicação
interatuante, onde interatuação refere-se a processos de comunicação que
assumem certos traços de comunicação
interpessoal. Nesta, transmissor e receptor se revezam no papel de
comunicador, cada um recebendo realimentação
imediata e plena sob a forma de mensagens verbais e não verbais.
Para Defleur, a medida que
nossa sociedade se torne cada vez mais complexa, ficará mais árduo mantê-la com
modelos tradicionais de comunicação
interpessoal e de massa, assim, novos
sistemas de mídia terão de ser criados para preencher este vazio e garantir
a sobrevivência.
Defleur questiona como os novos sistemas de mídia ajudam os
indivíduos em seus esforços coletivos para criarem significados num mundo
ambíguo e mutável.
O modelo dialógico tem sido
comparado com a “teoria do agir comunicativo” de Jurgen Habermas.
A
teoria do agir comunicativo
Ação e interação não mais
vistas unicamente como produção de efeitos, mas analisadas como associadas a
tramas e trocas simbólicas e contextos linguísticos.
Segundo Habermas, a
sociologia critica deve estudar as redes
de interação em sociedade constituída por relações comunicativas, a união
da comunicação de sujeitos opostos.
A razão e a ação dispostas
através dos meios de comunicação devem ser contrapostas a outros modelos de
ação objetiva e cognitiva, como a ação intersubjetiva que se refere a moral de
cada um e a ação expressiva que se refere a sinceridade.
Para ele a racionalidade não
tem haver com a posse de um saber, mas como os sujeitos dotados de fala e ação
empregam esse saber. Ele identifica a
crise da democracia, devido às trocas e o desenvolvimento da comunicação terem
se tornado abstratas e autônomas, fazendo circular informação sem interpretação
e trocas comunicativas dos indivíduos e grupos sociais.
No Brasil dos anos 70, as
novas tecnologias da época (videocassete, câmera de vídeo), anunciavam uma
democratização das comunicações desde que controladas por grupos e movimentos
populares. São os experimentos de Paulo Freire e Antônio Gramsci nomeados como “comunicação das classes subalternas e
comunicação alternativa e comunicação popular”.
Bibliografia Básica:
MELVIN, L. Defleur; SANDRA, Ball-Rokeach. Teorias da comunicação de massa. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1993.
MATTELART,Armand
& MATTELART, Michèle. História das
teorias da comunicação. São Paulo: Loyola,1999.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação.
Lisboa: Presença, 2001.
Bibliografia
de Referência:
LIMA,
Venício A. de. Mídia: Teoria e Política.
São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2001.
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