O Modelo de Comunicação como Informação
por Aneri Pistolato
A Teoria da informação afasta-se da comunicação como compartilhamento e aproxima-se da comunicação como transmissão. Também chamada como Teoria Matemática da Comunicação, sua origem segundo Wolf se relaciona a engenharia das telecomunicações que estuda a velocidade da transmissão das mensagens telegráficas, a quantidade de informação e o rendimento informacional.
Mattelart e a abordagem sistêmica
por Aneri Pistolato
A Teoria da informação afasta-se da comunicação como compartilhamento e aproxima-se da comunicação como transmissão. Também chamada como Teoria Matemática da Comunicação, sua origem segundo Wolf se relaciona a engenharia das telecomunicações que estuda a velocidade da transmissão das mensagens telegráficas, a quantidade de informação e o rendimento informacional.
A
Teoria matemática da comunicação é uma teoria sobre transmissão otimizada das
mensagens através de um processo comunicativo, que segundo Umberto Eco,
(1972:10)
Existi sempre uma
fonte da informação, a partir da qual é emitido um sinal, através de um
aparelho transmissor; esse sinal viaja através de um canal, ao longo do qual pode
ser perturbado por um ruído. Quando sai do canal, o sinal é captado por um
receptor que o converte em mensagem que, como tal, é compreendida pelo
destinatário (ECO,1972:10).
Gráfico de Shannon:
Mattelart,
demonstra o sistema geral de comunicação proposto por Shannon para reproduzir
em um ponto dado, de maneira exata ou aproximativa, uma mensagem selecionada em
outro ponto. SEU OBJETIVO É DELINEAR O QUADRO MATEMATICO PARA QUANTIFICAR O
CUSTO DA MENSAGEM.
Nesse
esquema linear, cujos polos definem uma origem e assinalam um fim, a
comunicação repousa sobre as cadeias dos seguintes componentes: a fonte (de informação),
que produz uma mensagem (a palavra no telefone), o codificador ou emissor, que
transforma a mensagem em sinais a fim de torna-la transmissível (o telefone
transforma a voz em vibrações elétricas), o canal que é o meio para transportar
os sinais (cabo telefônico), o decodificador ou receptor que reconstrói a
mensagem a partir dos sinais, e a destinação, pessoa ou coisa a qual a mensagem
é transmitida (MATTELART, 2003: 58)
Segundo
Wolf, a perspectiva dos teóricos da
informação é semelhante a do empregado dos correios que tem que transmitir um
telegrama: o seu ponto de vista é diferente do ponto de vista emissor e do
destinatário, que são interessados no significado da mensagem que trocam entre
si. Para o empregado dos correios, o
significado daquilo que transmite é indiferente, na medida em que a sua
função é fazer pagar um serviço de um modo proporcional ao cumprimento do
texto, isto é, a transmissão de uma quantidade de informação.
O
código que interessa na Teoria da Informação, é que torna possível a transmissão de informação, serve para
reduzir a equiprobabilidade inicial na fonte, estabelecendo um sistema de
recorrências. É um sistema meramente sintático, um sistema organizador que não contempla, na sua pertinência própria, o
problema do significado da mensagem, ou seja, a dimensão mais especificamente
comunicativa.
A
informação, como medida estatística
da equiprobabilidade dos acontecimentos na fonte, como entidade mensurável em termos puramente qualitativos, não se confunde
com o significado, isto é, com o valor atribuído a partir de um código, que
faz corresponder aos valores informativos outros valores (associados por
convenções) que de fato não são transmitidos.
Mattelart e a abordagem sistêmica
O
surgimento da noção de informação é indissociável das pesquisas dos biólogos. O
vocabulário de informação e código da teoria matemática da comunicação foi
usado para os modelos de desenvolvimento do individuo contido nos cromossomos.
A analogia informacional foi usada na descoberta do DNA, do código genético e
em diversos estudos. Shannon fez empréstimos
a biologia do sistema nervoso para compor sua teoria e a teoria matemática da
comunicação forneceu aos especialistas em biologia molecular um quadro conceitual
do caráter único do individuo.
Esse
empréstimo foi citado por Wolf:
Também quando falamos com alguém, uma
parte do cérebro, situada no córtex, funciona como fonte; uma outra parte,
situada na zona temporal do hemisfério esquerdo funciona como codificador. Os
impulsos provenientes do centro de codificação vão modelando a energia acústica
produzida por um aparelho que tem a ver com o sistema muscular, o aparelho
respiratório e o aparelho de fonação. A energia modulada é transportada ao
longo de uma via constituída pelo ar ambiente e é captada por um aparelho
receptor, constituído pelo ouvido externo, o tímpano, o condutor automático dos
ossículos e o ouvido interno, que envia as modulações para o centro de descodificação,
através do nervo auditivo. As modulações descodificadas são, então, recebidas
pelo destinatário, que está situado no córtex cerebral do ouvinte (Wolf, 2001: 100).
Os
princípios da então Teoria dos Sistemas forneceram um instrumento de ação mobilizado
para fins estratégicos durante a Segunda Guerra Mundial, onde o termo função
foi usado para os processos vitais ou orgânicos a medida que contribuem para a
manutenção do organismo.
Para Mattelart, a
ambição do sistemismo é pensar a globalidade, as interações entre os elementos
mais do que as causalidades, aprender a complexidade dos sistemas como
conjuntos dinâmicos de relações múltiplas e cambiantes (2003: 62).
Bibliografia Básica:
MELVIN,
L. Defleur; SANDRA, Ball-Rokeach. Teorias
da comunicação de massa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1993.
MATTELART,Armand &
MATTELART, Michèle. História das teorias
da comunicação. São Paulo: Loyola,1999.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Presença, 2001.
Bibliografia de Referência:
LIMA, Venício A. de. Mídia: Teoria e Política. São Paulo:
Editora Perseu Abramo, 2001.
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